quinta-feira, 10 de abril de 2008

Jovens rebeldes

Foto: A TARDE Maira Cristina
Através de uma imensa multiplicidade de formas, a juventude buscava desfazer com tudo: com a universidade, com a família, com a arte, com os partidos. O que era novo passou a ter um valor em si: a tradição tinha que ser destruída. Uma palavra percorreu o mundo nessa tormenta furiosa de negação: contestação.

Mais do que os jovens, o mundo havia mudado. A sociedade industrial avançava rompendo princípios, modificando as relações e as condições de vida; os meios de comunicação quebravam os valores regionais e introduziam uma cultura uniforme sem fronteiras. Em face de valores como o amor, a liberdade, a justiça e a fraternidade, surgia uma nova realidade - o consumo - estabelecendo seus próprios valores: a eficácia, o sucesso, a competição.

Uma dinâmica nova surgia. Os jovens contestavam a sociedade e essa consumia a contestação. A afirmação para fazer valer a sua negação passava a ser realizada em todos os campos - na moda, na pintura, no cinema e, sobretudo na música.
A insistência sobre o parecer (vestido, cabelos), sobre o gesto típico (linguagem própria, dança) já era considerada como um primeiro passo para se constituir como categoria social. As grandes concentrações - como a de Woodstock, onde centenas de milhares de pessoas se reuniram para falar de paz, de música e para viver dias de completa liberdade - demonstraram o sentido profundo da comunidade que estava se formando entre os jovens.